terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Primeiro texto

Gosto de me destoar do comum, colocar meu óculos de sol e dar o play em Matisyahu - King without a crown e Interpol - Obstacle 2, que me faz sentir uma vibração positiva, um poder avassalador que parece não me pertencer acompanhado de boas lembranças, e assim enquanto o som penetra minhas veias, sinto ser mais forte do que talvez eu seja.
Ver os recortes da cidade pela janela em movimento me agrada, enquanto o sol aquece minha epiderme, observo cada plano em sua particularidade. Sentado ao meu lado um garotinho ainda com o uniforme do colégio, se agita querendo comprar o saquinho com balas diversas que um daqueles ambulantes deixou em seu colo, com sua vontade de criança põe a mão no bolso e tira algumas moedas, entrega-as a sua mãe para que ela faça a soma, logo em seguida faz sua doce aquisição. Achei engraçada a situação, talvez quem estava do lado oposto não tenha achado o mesmo ou até nem tenha notado.
A esfera quente começa a dar lugar ao sopro na nuca, sinto cheiro de cigarro que traz o meu amor em cada tragada, vejo a copa das árvores, ouço businas enlouquecidas e sirenes desesperadas, o caos de cada dia ainda pulsa, mas onde estou é um caos a parte, de poltronas vermelhas, mesas, cadeiras e banquinhos feitos de uma madeira que não consigo classificar, posicionados estrategicamente em um grande chão cinza e com algumas lâmpadas queimadas, mais um espaço que descobri dentro do espaço maior.
E o terraço de onde tive que retirar-me a um pedido educado do segurança, pois estava na hora de ser fechado, era agradavél de estar e não ver os ponteiros se deslocarem.
Ele por inteiro me fez sentir uma grande nostalgia de alguns meses atrás, em que eu passava mais horas nele, com câmeras, tripés, rebatedores, boom, cronogramas, ideias e ideias.. Ah, que saudade!
Escrito em 29 de Abril de 2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário